01 março, 2006

O Estado Poético está em alerta máxima. HIV, H5N1 e Pandemia estão à beira de um ataque de nervos. É vê-los a sobrevoar a página em branco, tal vala comum de cisnes, corvos, rouxinóis e de todas as aves poéticas que na Palavra procuram refúgio e eternidade. Soneto, o gato preto do corredor da morte, aproxima-se entusiasmado com um melro. Ronrona a gripe das aves e anuncia o pior ao discurso poético da nossa época “ Os versos são maus, mas concentram todas as tradições do ponche e revelam muito bem, na sua pobreza poética, o complexo de Hoffmann, que sobrepõe o pensamento científico às impressões ingénuas. Para o poeta, o enxofre e o fósforo alimentam o prisma das chamas; o Inferno está presente nessa festa impura” Gaston Bachelard

Pulga informa
que alugará o espaço porta – tipo: Jornal de Parede- a um texto, poema, foto, desenho,..., a partir do mês de Março, a 1 euro por semana. Formato A4. Tema Livre. Pulga reserva direito de selecção. Mais condições: Pagamento prévio. O autor escolherá a melhor colocação no espaço disponível. Tempo de duração máximo 2 semanas. Aí estão os dois primeiros trabalhos

INTROSPECTIVA

“ Não tem que se escamotear, o humano,
Por detrás de si mesmo,
Porque aquilo que o esconde
Por forma oposta,
Pode ser ele mesmo.”

Reinaldo Barata de Sôuza
Vale de Cambra, 8h45m
2006-02-22


“Da baba dum camelo inconsolável a um coiote invertebrado”



Quem pensa que já não tenho cabeça,
Que não deixe de pensar
Já não tenho outro pensamento,
Voraz
Que me impeça em tal boca,
Me desobrigue, nela vomitar
Pela pança a dita
Só me resta o vómito que alimentará
Tal intrínseco manjar.



Virgílio Liquito

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