18 março, 2008

Fome de Salazar. Mais que um sopro ou vírus é uma doença crónica intelectual, académica visível como auto-censura. Ninguém diz o que pensa. Ninguém pensa o que diz. O diagnóstico está feito e é só fazer zapping pela comunicação social, pela partidocracia legitimada pelo voto, pela net e pela industria livreira que edita traduções de estudos onde fomos bafejados pela História, mas que o Fim da História não perdoará. Nesta via sacra o Anticristo vai de novo ao poste com a Europa às costas a roer-lhe a cauda. É o primeiro Cão Perigoso a ser abatido. Mas nada de desassossego o Eterno Retorno ressuscitará ao terceiro dia. Até que a morte nos separe.

Entretanto faz cinco anos que o Ocidente foi fazer turismo selvagem para Oriente.
Como vitimas, tem sido uma delicia este choque de civilizações. Tanta paz, tanto amor já enjoa.

Está a fazer, em lume brando, vinte anos que o Movimento de Rádios Livres fechou portas. Foram 7, 8 anos em que provocamos orgasmos sucessivos à jovem democracia e desesperamos todos os donos da liberdade. Hoje a rádio não passa de um pequeno electrodoméstico da paz podre e das suas horas de ponta.

As Edições Mortas pensam dar à luz até finais do ano um livro sobre a Caos, Rádio Caos.

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