24 julho, 2008

O Encoberto:

“ Por vezes, faço como o Oliveira Martins, e nas longas, ríspidas noites de Inverno aspérrimo do Norte, deixo-me já por casa; aconchego, embrulho-me no capote caturra de inquirições e recordações. Cogito na imensa ignorância do povo português e cismo como não vibra aqui concatenada relação entre a reminiscência erudita e a espontaneidade ideativa. A nação ignora-se.
De modo que, verdadeiramente e no rigor do termo, não há uma pátria portuguesa, porque não existe comunicação afectiva entre e os que sabem e os ignorantes, os quais, entre nós, são-o por completo e em absoluto.” SB

Ouve-se um estrondo na Ilha Encoberta

Quem acaba de mergulhar na vazia piscina?

Desculpem-me, apesar das tiragens e de alguns autores “ia-me esquecendo que o povo não sabe ler.”

Mas compra, duas e três vazes o mesmo título, para oferecer a quem não tem, também, segundo eles, tempo para ler, apesar do tempo que perdem para pagar impostos

“ «O tempo levou a verdade, falsificou a honra, comprou a indústria, tirou o crédito, vendeu a razão. A fortuna desterrou o zelo, acanhou as esperanças, trocou o poder, acrescentou a miséria e deu louvor ao dinheiro. Os fados levaram o reino às costas, nu e desamparado, e deram com ele na sepultura para sempre, que são juízos de Deus, que, posto que se possam conjecturar as cousas, ninguém pode saber os fins delas, se Ele os não comunicar, pelo que se deve, com muita razão, chorar de Babilónia o mal presente e de Sião o tempo passado» Luís de Torres de Lima” SB






Faço como Sampaio Bruno e dirijo-me à Ilha Encoberta para visitar a campa do meu perdido país. Sou recebido nessas 21gramas, leito, por Babilónia e Sião e por todos os seus segredos do amor máximo

Ir de Vela

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