Máquina do mal-estar
O relógio do
tempo
não perde tempo
por parado está
A fazer contas à
vida
tentando
conseguir tempo
para se afastar
do seu tempo
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Misérias tamanhas
se aproximam tais nuvens
Carregadas de
discursos
do bem-estar
Explodindo flores
que cheiram a
esturro
e a carne humana
assada
na grelha de um
futuro
risort risort risort
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Mas mais tempo de
no poder terá de estar
com grandes
sacrifício pessoal
a fim de
aprofundar tamanha miséria
de um povo
ignóbil que nem ler nem escrever
sabe das novas
oportunidades
que um cidadão
escravo tem
Se enfim perceber
se não mata
morre e
as estatísticas confirmam
O Estado está a
emagrecer
trinta mil num
ano falecer
para sobreviver
este doce país e a sua
carne abastecer o coração da Europa