01 maio, 2015

quantos animais serão precisos matar para que o humano se alimente da sua própria divindade, diz o poema




Façam Poesia com as próprias mãos, diz o poema, pois a musa não me dá tusa nem vice-versa
diz o poema
ultrapassem-se em contramão
pela esquerda, pela direita
como se o mundo
acabasse ontem
e despenhai-vos sobre o absoluto
como o eremita grego
diz o poema
como fazem os demónios
quando se tingem de anjos
fingindo adorar o silêncio