Quem me rouba, chama-me de ladrão,
diz o poema, e dá-me lições de moral e
de empreendorismo e de auto-estima
Ora a ora Deus melhora*, diz o poema
Eu sei, é fácil escrever
sem sentir, diz o poema, com
palavras sensíveis
e se de repente a morte te beijasse na boca?, diz o poema
Abaixo a exploração do poema pelo poeta,
diz o poema, do poeta pelo crítico,
do crítico pela auto-censura do discurso da ordem,
diz o poema, viva a liberdade poética