
Eu não tenho papas na língua, diz o poema
Tenho escorbruto dum aborto ortográfico dos degenerados filhos dum Hermes
Que ajuizam como doença a minha liberdade poética
A cultura é construir um poço sem fundo, diz o poema, e atirar para lá os sonhos de carne e osso
quanto maior é o voo maior é a queca, diz o poema
por morrer uma andorinha, diz o poema, não acaba o socialismo