18 abril, 2016

A caçadeira acusa-me de violência depois de lhe ter serrado os canos, diz o poema




Eu não tenho papas na língua, diz o poema
Tenho escorbruto dum aborto ortográfico dos degenerados filhos dum Hermes
Que ajuizam como doença a minha liberdade poética



A cultura é construir um poço sem fundo, diz o poema, e atirar para lá os sonhos de carne e osso

quanto maior é o voo maior é a queca, diz o poema

por morrer uma andorinha, diz o poema, não acaba o socialismo