Parabéns, Portugal, diz o poema
Portugal, a inveja no cimo dum bolo de merda,
diz o poema
Taras engarrafadas o mexilhão fado imposto mais
iva, diz o poema, o cidadão-escravo dos aterros sanitários como um poema
negreiro de rimbaud de balde hoje azul, amanhã amarelo e depois verde a ensacar
raríssimas associações de defesa do ambiente de cortar à faca
quem
anda por dentro
vê-se por fora
vê-se por fora
dilu
Ente
Hoje
todos os mortos
mergulham o seu metafísico
no Sena,
mergulham o seu metafísico
no Sena,
dilu
Ente
O
paraíso
é um labirinto
que rego com sonhos
ardentes
é um labirinto
que rego com sonhos
ardentes
dilu Ente