03 setembro, 2018

O divino quer alho dilu Ente

de Inês Xav













A minha Musa
é a página-em-branco
dilu Ente



Fausto
um pacto
contra o Impossível
dilu Ente
Fausto
um facto
do Possível
dilu Ente
Fausto
a oficina
do eterno
retorno
In Possível
dilu Ente


Toda a Razão
tem os seus espinhos
dilu Ente

Dizem que escrever é resistir e o que mais tenho tentado é resistir a escrever e não se me pára nem a imaginação nem a transpiração, diz Prosa K

A pescar
pensamentos
numa piscina
vazia
mas com a alma

cheia de sangue

dilu Ente


As águas furtadas 
para fabricar lágrimas de crocodilo
dilu Ente

Tanta gente e nenhuma alma
Nenhuma consegui pescar
para além da do diabo
que devolvi para o banho de multidão
dilu Ente

Nós somos o orgasmo de Deus
que perdeu a cabeça
quando se veio
dilu Ente

Andar no escuro
ilumina-me
como num jogo
a cabra cega
dilu Ente

Ente contra Ente
num banho de multidão
a beber
a minha Palavra
dilu Ente




O Fogo arde
e todas as suas sete línguas
cospem contra deus, pátria e autoridade
e os deuses riem-se mijando
sobre a modernidade as mais antigas cinzas
da fénix fonix retórica
Pulhas, dizem
Ide roubar o Fogo ao caralho
que é Pai de vós
Tolos
dilu Ente
diz o poema