02 julho, 2019

Portualgália, um país de poetisas, diz o poema

Um homem para andar limpo tem de se sujar até aos colarinhos?, diz o poema





Enterrar os mortos
Queimar os vivos, diz o poema




o poema está nos pormenores
a disparar em todos os sentidos
os restos mortais do cadáver esquisito, diz o poema



Uma quadra popular 
é uma recta dobrada 
em quatro à moda do Porto 
como um caralho sem dente, diz o poema
dilu Ente

Cuidado com todo aquele que anda com um poema na ponta da língua 
Não passa duma pastilha elástica, diz o poema

A morte fica-te bem
Obrigado, diz o poema
Ainda bem que gostas
do meu sobretudo


Fake Poem
In
Forma, 
Musa deu à luz
Cento e vinte milhões 
de
poemas contrafetos, diz o poema



Pensar o pior 
Faz-me sentir 
Pior 
Ou melhor pensando 
Nada disto é Pensar
É um facto
É um fardo cheio de fardas
Das vítimas das minhas fantasias
Já sinto a autodestruição a Pensar o pior
Do que me acontece, diz o poema


Lamento mas não é de todo possível participar nas vossas cerimónias fúnebres, diz o poema

Só tenho um sobretudo
para ir ao meu enterro, diz o poema

As fezes são uma merda, diz o poema

e o poema diz com o dedo de deus,
as tuas fezes estão cheias de pus
esia e sangue, diz o poema


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No dia de Portugal é quem mais coça os colhões ao Camões
com viagra e papel de jornal , diz o poema


Extrema Unção lê 
uma entrevista 
entre 
um medíocre menos 
e um moribundo mais 
a responder sobre o quer ser depois de morto, diz o poema


O poema estrangeiro 
continuam a ser muito bem lambidas as suas botas retóricas 
pelos mui inteligentes 
I recheados de sentido de humor 
I que escrevem muito bem sobre a banha da musa depois de morta 
I diz o poema