12 outubro, 2005

O Povo está sereno. Acabou de despejar os colhões nas urnas, provando uma vez mais que toda a sua disfunção sexual, ao fim de trinta anos de democracia, não passou duma manobra demagógica para o menorizar publicamente. É claro que teve de se socorrer das novas tecnologias, nomeadamente do Viagra, para que, durante os assaltos, pudesse garantir ao Outro todo o principio de prazer necessário para que o acto democrático não tivesse uma ejaculação precoce que obrigasse a Democracia a recorrer a métodos anti-democráticos para alcançar o nirvana. Assim sendo o Local do Crime está em boas mãos.

Entretanto Povo, Democracia e todos os seus caciques preparam-se para mais desafios democráticos que se aproximam e preparam serenamente os banhos de multidão, os sacos azuis e lavam as camisas de vénus; e consultam os melhores analistas, curandeiros e fadistas. A luta continua

Pulga até espera ansiosamente as obras primas que a indústria livreira está a pedir ao pai natal. Junto ao abismo as edições mortas preparam o parto de mais quatro cadáveres:
- A Inscrição na Lápide, de Fernando Morais
- Manual do Desempregado, de Liberato
- Saloon, de A. Pedro Ribeiro
- Teatro d’Abjecção, de A. Dasilva O.
Há que estar atento, o espectáculo vai ser bonito, pá!

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