11 outubro, 2016

comigo a realidade vai sempre atrás, diz o poema

Acordei de madrugada
diz o poema
entre febris suores frios
num debate poético-literário
diz o poema com a Maria a mudar-me as fraldas
e a ter um ataque poético do verso dado
diz o poema
enquanto Nuno
me retalha com requintes académicos
de bem pensar e de me partilhar diz o poema
tal mito e o Manuel refractário
a disparar sonoramente para todos os sentidos
contra o fascista do sentido único e o Francisco
diz o poema a apontar-me policialmente o dedo detective
cuidado pois podes ser a próxima vitima
no meu romance e, diz o poema
cagado de medo diz o poema
em diarreia mental me desfiz
em pedidos de socorros
Rui aparece com a sua instalação
diz o poema e no meio desta floresta de enganos

Mudo de estação