07 novembro, 2016

Tanto poeta vivo e de enorme talento e eu tão morto, diz o poema





Temos de ser práticos, diz o poema
Em poucas palavras
Nada dizer


Eu faço parte do problema, diz o poema


Eu sou as tuas entranhas o teu cérebro vadio, diz o poema, e nas minhas veias sangue circula em contra mão e merda nos meus intestinos de carne e osso



Há quem se enerve com os meus dizeres, diz o poema, papagueando academicamente que o poema não diz nem diz mente que não passo desse pássaro estranho conhecido por gaseificado que se entranha nas entranhas do papel higiénico do discurso da ordem do eixo sintagmático e eixo paradigmático seu querido intestino e zona de conforto e nesse confronto não pararei de dizer o vótimo desse papel editado pelos meus obs-curas-chulos académicos e suas viúvas analogicamente poéticas doenças de musas quando vivo que quando morto se divertem na minha pança-arca vasculhando a peputa que os pariu, digo e repito e tenho dito, diz o poema

 Passei a tarde a comer poemas e a cuspir pássaros de papel, diz o poema

pela boca
me querem
cal
ar
diz o poema


Hidra concorda com o pa 
pa francisco, diz o poema
A pa 
lavra é a única cinza que re 
nasce quando es palha 
da




Não te estiques, diz o poema
que sou curto
e grosso




Se não gostar de nim quem gostará?, diz o poema



O silêncio não dorme nem escreve poesia, diz o poema

a poesia espreita
e peidos meus
a
seita, diz o poema



É quem + acorda com um poema no cu, diz o poema




Estou excitado mas a página em branco está com o período, diz o poema