PEIDO
Entra em cena e na sua boca
Peida-se
Palmas e bravos
Sorri e agora chamo o autor ao palco
Para umas breves palavras.
Levo um poema ao micro
Ondas um dois três vinte e um segundos
Depois está pronto a comer
Para te enterrar
O Poema em fogo
as mãos cheias de línguas de
perguntadores atrevidos
esganados pela literatura de
cordel
dilu Ente
A mina de covis
a dobrar
a geológica
moeda
a curvar-se
na obra
Estou a ver
a dobrar
a geológica
moeda
diz o poema
a curvar-se
na obra
sou
tão fino
tão
fino
como
os cabelos
do
cu
duma
agulha
Cadáver de pau feito
Abjeccionista
da Silva Objeccionista, diz o poema
diz
Fiezar, aziago
diz berros
Fier fier
Fiezar, aziago
diz berros
Fier fier
já erra
No mercado queda
Vermelho
diz
Fielrarzem-te
diz
Flock you
Cruzadas
estamos bem
sem vintém
com a barriga
cheia de intelectuais
ervas
estamos bem
sem vintém
com a barriga
cheia de intelectuais
ervas
dilu Ente chã
A céu aberto, diz o poema
Firmamento
As estrelas são valas comuns
De anjos, arcanjos e querubins