23 junho, 2005

23.06

Está tudo aflito: que terá acontecido ao presidente de todos os duplos? Comeu alguma coisa que lhe fez mal, não fornicou por não ter dinheiro para viagra ou apenas quis justificar o lugar que ocupa? Os fazedores de opinião estão confusos e em estado de choque sacodem a água do capote, os financeiros apanhados a dormir sobre os juros do consumo, cospem para o ar e os gestores o que querem é reformas, muitas e muitas reformas até a apatia se instalar de vez. O tempo ajuda, a relatividade também. A seca é extrema e os funcionários públicos não dormem. Navegam na net em busca de um ponto de fuga para desertarem deste buraco negro:

“ Diz Kan: -Tudo é inútil, se o último local de desembarque tiver de ser a cidade infernal, e é lá no fundo que, numa espiral cada vez mais apertada, nos chupar a corrente.
Marco Polo acrescenta: o inferno dos vivos não é uma coisa que virá a existir; se houver um, é o que já está aqui, o inferno que habitamos todos os dias, que nós formamos ao estarmos juntos.
Há dois modos para não o sofremos. O primeiro torna-se fácil para muita gente: aceitar o inferno e fazer parte dele a ponto de não o vermos. O segundo é arriscado e exige uma atenção e uma aprendizagem contínuas: tentar e saber reconhecer, no meio do inferno, quem e o que não é inferno, e fazê-lo viver, e dar-lhe lugar.” As Cidades Invisíveis de Italo Calvino
Retirado de mais uma chegada à Pulga “ A Educação de Adultos & Intervenção” editado pelo Instituto de Educação e Psicologia- Universidade do Minho ( 7,60 euros), via Estratégias Criativas que nos traz mais uma biografia de sua colecção: João de Barros de Alberto Filipe Araújo e Joaquim Machado de Araújo (8 euros).

E por falar em leituras, Pulga mandou para a Edp a leitura do consumo de electricidade e ela, com aquele sorriso anti-gioconda diz: leitura insuficiente. Quer isto isto dizer que não consumi o suficiente? Entretanto pela urbe a edp estupidamente convida (em outdoors) ao baixo consumo

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