Pulga ontem esteve com A DASILVA O na Casa Viva no Romp projecto. O a intervenção “ Morte ao Estado Poético, Viva a Poesia” foi lá criado, serve, como uma luva para o dia em CESARINY de Vasconcelos, MÁRIO nos pôs os cornos
“ Morte ao Estado poético, Viva a poesia (refrão)
Para acabar de vez com a solução do Poema Final
Poema
É um animal ferido
De morte
Que nos olha
Incontornável
Boa noite amantes, o meu amor-ódio
Ao estado poético e a todos os seus funcionários-poetas
Mentalmente pré-reformados, reformados
E são mais que as mães uns com o cancro da metáfora, da comparação, da imagem, do caralho que os foda a todos; outros hipertensos e carregados de pace-makers do real, do narrativo, da metonímia, da redundância,…, venha o diabo que escolha, pois estamos num estado de direito
É verdadeiramente comovente aqui estar
Mais me parecendo que sonho acordado
Aquele, onde, tal como a Salomão
Deus apareceu-me em sonhos
E colocou-me questões, desejos os mesmos
Apenas lhe pedi que desaparecesse e me deixasse em paz podre
Pois, tinha que recuperar forças
Para acabar o Poema Final antes que Alexandria,
As Torres Gémeas ardessem
Possuídas pelos voos absolutos
Do puro acto criativo
De Sol a Sol a minha imaginação não pára de trabalhar
E vocês não imaginam o esforço
De destruir o que os outros destruíram
E Alexandria ressuscita sem sentido das cinzas
Num poema impossível
em terra de mortos-vivos a babel pós-moderna
Para gáudio dos poetas que não dão descanso
À dor de a encher de sentido
os voos dogmáticos
sobre o paraíso
Ó DOR MALDITA, PORQUE ME ABANDONASTE?
VOLTA! VOLTA E VOLTA!!!
AINDA NÃO ESTOU MORTO
E O MEU SANGUE ANSEIA
PELA TUA PALAVRA
eis a tarefa
sobre essas bocas de incêndio
ejacular
cinza
do Poema Final
não escrevo, sangro
na procura do meu contrário
a ARTE não existe.
É um facto.
Existe apenas a sua obra.
A sua imitação
II
Árdua tarefa essa, a de Pensar,
A necessidade de estar pronto a esse sacríficio-paraíso
Obriga a que antes de mais não penses
Lembrar um pensamento
Anula o acto de Pensar
Tornando impossível, poético e inesquecível
Para a arte de Pensar
Seguram-se os filósofos aos poetas
E estes à faculdade de nada
Pensar
Tal Adão e Eva
Vivem num bairro de lata
Na periferia do paraíso
A enriquecer urânio
Dando aulas de poesia criativa
III
Adormeço nesse moinho lírico
Deliciando-me com esse sonho proibido
Cheio de lágrimas
Claro confuso
A água ardente
Há esse desejo de estar com ninguém
Esse sujeito impossível
Tão inútil
Tão livre
Como uma ave morta
Pousada no olhar
Do eu perdido
IV
A moral é a base de sustentação
Dos inúteis à sociedade
Sou um fraco
Que devora
O forte
Esmagando-me no chão
Tal beata
Beijo-lhe os pés cheios de sangue
O leite
Do poema absoluto
V
também passei por essa fase, meu caro Contrário…claro…claro… que estou a sentir nesse medíocre Poema Final
a intenção …intenção…académica…de expulsar essa escumalha… os poetas da cidade, da poesia…sim que os há de muita merda pseuda…pois, assim seja…que os pariu
…mas é um facto…actual que eles estão entre nós…tal abutres…percebe, Contrário...
O que lhe estou dizer? …
…doa a quem doer…sou capaz de andar à porrada por causa
De Camões…Antero…Pessoa…está a ver a cena, Contrário?... Dê para onde der…é tudo uma questão de política
…enrola…baralha e torna a dar…percebe? …a certeza é quase
Absoluta…tira…isso…e quer uma prova actual?…olhe à sua volta com olhos de ler…é quem mais chafurda em poesia…do salve-se quem puder…
É poeta aquele que vomita
Páginas em branco
Em busca do seu contrário
Impedindo o homem de chegar a Deus
Acreditando Nele
Impedindo que o criminoso
Se aproxime da sua vítima
tira a palavra mama da boca
E beija a palavra cona…isso…abre a boca e mostra a palavra merda
…isso…na ponta da palavra língua e trinca-a bêbada
De esperma…isso…claro…a vida é a única verdade…a maior
…isso…só que não tem coração…enrola…estou-te a ver…tão grande
Que nem se vê…isso…claramente…a morte
À vista desarmada…claro…
YI
Estou no Real a arder
Contra
A minha vontade
A arte de arder
A Palavra é a mais pura das chamas
Possuída de dor
Duplamente visível
Logo invisível
A palavra chama
A sua própria ausência
Não sei o que gritar
Sobre o que está dito
Desde que me conheço
Que não digo outra coisa
Senão repetir-me
Escrever é violar,
Esquartejar, as mãos no gelo do movimento
Do veículo-parado dança aos saltos e aos grunhidos
E o cheiro é nauseabundo
Bem-ditos aqueles que em palavras
Suportam o destino do indizível
YII
O poeta procura na multidão
A sua vítima, o seu assassino
Com os pulsos abertos
E com uma faca em cada mão a lacrimejar
Poemas de abrir a Palavra
Que este persegue
Na multidão
Um poeta deve ser um cadáver cheio de flores artificiais
Tal como a verdade e liberdade
Cadáver cheio de demónios
Mimética a solidão finge ser
Cadáver do poeta depois
De lhe devorar a língua com requintes de lucidez
O AR PURO DUM POETA MORTO
O BLOQUEIO METAFÍSICO
DO DIZÍVEL
A VERDADE TEM DESTAS COISAS
O POETA MORRE
E OS SEUS MIL INDIZÍVEIS
ASSASSINOS
COMEÇAM A VOMITAR
POESIA”
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